* Judith Orloff *
Em “Liberdade Emocional”, a minha abordagem para
transformar o medo tem dois estágios. Primeiro, faça um balanço do que o
faz ter medo e diferencie os medos irracionais das intuições legítimas.
Segundo, tome medidas adequadas para dar atenção aos medos protetores e
transformar os outros em coragem. Às vezes, você pode prever o perigo
real, mas mais frequentemente, os temores improdutivos o atacam
continuamente. Portanto, como regra geral, treine-se para questionar os
medos ligados à baixa auto-estima; todos nós somos dignos do que é
extraordinário. Por exemplo, é adequado questionar o medo de que você é
muito prejudicado ao amar; mesmo os muito magoados podem ter os seus
corações abertos novamente. As verdadeiras intuições nunca o degradarão
ou apoiarão atitudes ou comportamentos destrutivos. Aqui estão algumas
diretrizes para distinguir os medos legítimos dos irracionais:
Sinais de uma Intuição Confiável
• Transmite informações de forma neutra, sem emoção.
• Parece adequado em seu íntimo
• Tem um tom compassivo, positivo
• Dá impressões nítidas, claras, que são “percebidas” em primeiro lugar e em seguida, sentidas.
• Transmite uma sensação imparcial, como se você estivesse em um cinema, assistindo a um filme.
Sinais de um Medo Irracional
• É intensamente carregado de emoção
• Tem um conteúdo cruel, degradante ou delirante
• Reflete feridas psicológicas passadas
• Diminui a concentração e a perspectiva.
Para efeitos de comparação, eu irei compartilhar
exemplos radicalmente diferentes de como eu uso os critérios acima.
Certa manhã, eu recebi duas chamadas telefônicas de pacientes assustados
que afirmavam estar ouvindo vozes. Verdadeiramente, um dia típico em
meu consultório! O primeiro veio de Bill, um esquizofrênico que esteve
restringindo os seus medicamentos. A “voz” interior de Bill continuava
atormentando-o, insistindo que ele era uma má pessoa, que o seu alimento
estava envenenado, que o seu filho estava sendo novamente estuprado
pela babá. Ao acreditar nestes “delírios” (falsas crenças infundadas),
ele ficava absolutamente desequilibrado. Assim Bill continuava chamando a
polícia, que enviou uma viatura duas vezes, mas não encontrou nenhuma
ameaça. Tolerantes, mas cansados disto, os policiais avisaram que se ele
ligasse novamente, eles o internariam em um hospital psiquiátrico. Meu
outro paciente, Jean, esteve enfrentando com desespero a doença do seu
irmão que sofria de um estágio terminal de AIDS. A “voz” interior de
Jean dizia que ela voasse imediatamente para Nova York para se unir a
ele, embora ele estivesse recentemente em um estado estável. Ela foi
fiel às intuições autênticas: elas foram muito nítidas, e seguiram a
progressão típica de serem “percebidas” primeiro e então sentidas.
Os dois pacientes me perguntaram: “O que eu
deveria fazer?” Eu pedi à Bill que tomasse os seus medicamentos e
ofereci garantias sobre a sua segurança, uma conduta que tinha diminuído
o seu medo muitas vezes em nossa década trabalhando juntos. Jean,
entretanto, eu apoiei na compra de uma passagem de avião, porque a sua
intuição parecia muito iminente, muito certa. Felizmente, ela viajou,
apesar do custo e da inconveniência para o seu trabalho. Naquela semana o
irmão dela tomou um rumo inesperado para o pior, entrou em coma e
morreu em poucas horas. Foi muito doloroso para Jean testemunhar a morte
do irmão, mas ela foi capaz de estar ao lado dele naqueles preciosos e
derradeiros momentos.
Tente separar medos doentios da intuição. Embora o
caso de Bill fosse extremo, você também pode ter alguns medos que o
depreciem, ou que o levem ao perigo mal interpretado. Talvez em um
acesso de raiva a sua ex-esposa o tenha chamado de “inútil” e você
acreditou. Isto não é intuição. Nem é ter medo de ter um câncer, sempre
que aparecer uma mancha marrom em sua pele. Além disto, seja cético
quanto aos medos de longa data: estes geralmente não são premonições.
Se você é empático emocionalmente, pode ser
especialmente complicado verificar quais medos são autênticos, úteis as
intuições. Por tenderem a absorver as emoções de outras pessoas, vocês
podem assimilar os medos delas, pensando que são seus. Para evitar isto,
pergunte a si mesmo: “O medo é meu ou de outra pessoa?” Uma maneira
segura de descobrir é se distanciar da fonte. Afaste-se pelo menos 7
metros de distância. Se experimentar alívio, provavelmente você está
percebendo o medo do outro. Embora seja bom absorver a coragem e todas
as emoções positivas de outros, porque elas irão fortalecê-lo, você não
quer absorver a negatividade. Afaste-se, e continue liberando o medo
alheio, expirando-o até que o sentimento passe.
Embora algumas apreensões possam estar
empaticamente ligadas aos sentimentos do outro, como estavam as
advertências intuitivas distintas de Jean, a variedade mais comum
reflete padrões psicológicos negativos arraigados. Para resolver estes,
vocês devem saber de onde eles vêm e o que é necessário para se
libertarem do seu domínio.
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