Aline
estava no jardim de sua casa, era a estação das flores, o pomar de sua mãe
estava carregado de frutos e legumes. Ela adorava passar o tempo no jardim,
regando plantas e colhendo as frutas madura enquanto sua mãe cuidava da casa e
preparava a comida.
A casa
de Aline ficava numa pequena colina na floresta, sua comunidade era pequena e
muito unida, entre uma casa e outra havia caminhos que ela passeava tocando nas
flores e folhas que encontrava. Em uma casa ou outra parava para conversar e
entregar as frutas do pomar de sua mãe, era uma menina muito querida por todos.
Certo
dia, Aline passeava além dos bosques de sua aldeia, seguindo os pássaros e
cantando com eles a canção “Graças ao Bom Senhor” que sua mãe havia lhe
ensinado. Sua companheira Rubi, a cachorrinha, sempre estava com ela quando
Aline ia um pouco mais longe que de costume. A mata estava verde, as folhas
brilhavam alegres e festivas, os animais brincavam em harmonia e o vento
soprava delicadamente acariciando e refrescando a pele. Estava um dia realmente
lindo.
- Rubi,
vamos só um pouco mais afrente e depois voltamos antes do Sol se por...
Aline e
Rubi entraram numa parte da floresta que poucos andariam. Havia rumores pela
aldeia que seres estranhos tinham chegado nas proximidades e que era para ter
cautela quando fosse para além dos bosques da vizinhança.
Enquanto
elas caminhavam, Aline foi percebendo que os pássaros iam ficando para trás e
que a floresta estava escurecendo. Mas enquanto não acabassem as flores do
cesto, Aline continuaria distribuindo para quem ela encontrasse no caminho.
-
Aline, não seria melhor nós voltarmos? – Disse Rubi à Aline
- Ainda
tem flores no cesto, Rubi, e eu não estou encontrando mais ninguém para dar
flores... – retrucou Aline à cachorrinha.
- Se
voltarmos encontraremos muitas pessoas para compartilhar flores. – após isso
Rubi começou a latir agressivamente, como nunca antes tinha feito em direção a
uns sons de passos corridos ao redor de onde elas estavam.
“Ela me
incomoda”. “Que cheiro ruim, me enjoa”. “Ela pode ser perigosa, não vamos
chegar perto”. “Ela feeeeeiaaaaaa... Vamos pegar ela”. Naquele momento apenas
Rubi estava ouvindo essas vozes enquanto latia, e Aline não entendia o porquê.
- O que
está havendo, Rubi? Por que está latindo assim? – Perguntou a garota.
- Você
não está ouvindo? Vamos embora, Aline, por favor! – Respondeu a cachorrinha.
-
Certo, Rubi, se você quer tanto assim, nós vamos, mas eu te digo que não existe
mal nenhum nessa floresta, nem aqui e nem em lugar nenhum. Isso não existe,
Rubi. – Enquanto dizia isso, elas foram voltando pelo mesmo caminho que
chegaram. A cachorrinha ia atrás de Aline para vigiá-la, quando ouviu passos
atrás de si mesma e notou uma criatura de uns 80 centímetros se movendo
ligeiramente. Quando Rubi olhou para frente novamente, Aline já não estava mais
no caminho para casa junto com ela.
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